Os demônios que todos têm e quase ninguém assume

Essa semana esta sendo dura.
Volta e meia coisas que já não me afetavam acontecem e me tiram do sério como antes, e parece que o tratamento não está servindo pra nada.
A festa do pequeno foi lida, mas minha mãe,  a vovó,  não foi. A desculpa: não ia se sentir bem, ia se sentir deslocada.
Essa resposta me leva a questionar o valor que os netos tem na vida dela. Não eu, ou a minha felicidade, pois isso eu acho que não tem valor nenhum mais, e sinceramente acho meio natural, devido ao nosso relacionamento explosivo e inconstante. Mas é o neto, que perguntou por ela duas vezes na festa? O neto que adora ir lá comer os doces que ela guarda, brincar no quintal com o cachorro e balançar na cadeira de balanço.
Não importa não ter ido lá dar um abraço nele? Compartilhar da alegria, curtir?
Parece que não.
Hoje ele tem quatro anos e essa lembrança desagradável vai durar pouco na memória dele, talvez ele nem se lembre mais, mas ele vai crescer, e o que não importa hoje pode ser importante depois.
Não quero que o meu desamor infeste a vida dele, não quero que ele olhe pra vó com indiferença.
Mas se as coisas continuarem sendo assim, é o que vai ser.

Não me importa mais o que você sente mãe,  aprendi a não sofrer com a sua falta de sensibilidade, de não perceber que algumas de suas palavras são marcantes e humilhantes, pra quem procurou sempre tentar atender suas expectativas.
Nunca consegui alcançar seu modelo de filha, a que você queria ter, e sofria ao perceber que esse modelo era inalcançavel.
Mas hoje eu quase consigo não sofrer por isso, pois hoje as crianças são mais importantes.
Mas estou me tornando essa mãe amarga que você é, e não quero isso. Estou cansada e acabo descarregando o cansaço nas crianças,  e eles não merecem.
Preciso quebrar esse ciclo destrutivo familiar que me corrói. ...

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