Ter ou não ter fé

Algumas pessoas tem religião, outras não. Das que tem religião de algum tipo, existem as que têm certeza que participam da única religião legítima.
Nunca entendi essa de religião legítima de Deus.
Nasci em família católica. Ainda bem novinha fui batizada, apesar de não ter nada que comprove o fato,minha mãe diz então deve ser verdade.
Quando pequena minha família era assídua frequentadora das missas de domingo, e eu ia, como toda criança, mas assim que cheguei a uma certa idade percebi que não sabia o que fazia ali. Não entendia nada do que o padre falava,  ou entendia muito pouco, me cansava do senta levanta, sabia as orações de cor mas não parava pra pensar no que cada uma daquelas palavras significava.
Quando no início da adolescência meus pais me colocaram na catequese, todo sábado,  eu ia com uma pequena Bíblia (a qual já tinha lido alguns capítulos como livro) e um livro chamado "Meu livro de histórias biblicas" que eu já tinha lido algumas vezes. Nessa época eu estudava numa escola particular adventista, e lá eu recebia ensinamento religioso (na época obrigatório ).
Imagine então o que acontecia com a cabeça de uma menina aos seus 13/14 anos nesse contexto. Todos os dias na aula do adventista eu discutia com o professor, e no sábado na catequese também.
Como assim as Bíblias são diferentes? Como assim? Como Adão e Eva formaram todos os povos? Como assim temos que guardar o sábado mas a folga de todo mundo é no domingo?
E seguindo se essas, vinham perguntas muito mais intrigantes que eu fazia sem dó. Não aceitava um estudo de versículos da Bíblia, pois aquele versiculo no contexto do capitulo da Bíblia poderia ter um significado muito mais complexo e muitas vezes diferente do que abordado no estudo...
Desisti rapidamente da catequese e logo fui liberada de assistir as aulas religiosas. Eu fazia a turma ficar descontrolada, pois todos queriam saber aquelas respostas.
Questionamentos que talvez meus amigos até fizessem internamente mas tinham medo de expor.
Porém continuei lendo a Bíblia. 
Procurava as respostas. Comecei a sair no meio da missa, por não concordar com isso ou com aquilo.
Passei a ir em várias igrejas, principalmente quando algum amigo me convidava .
Fui em muitas evangélicas.  Conheci também a Metodista, Luterana, frequentei o budismo, li muito sobre muita coisa. E continuei lendo a Bíblia.
Aos 16/17 anos, trabalhava como estagiária numa empresa de estatal de energia elétrica, e um engenheiro com o qual eu trabalhava um dia, conhecendo essa minha procura, me perguntou se eu leria uns livros que ele tinha e se eu quisesse ele me daria. Ele enfatizou muito que se eu "não fosse ler, por favor dê a alguém que queira, mas não jogue fora".
Os livros tinham como autor alguém chamado ALLAN KARDEC, que eu nunca tinha ouvido falar, mas chegando  casa com eles, ao mostra - los a minha mãe já divisei algo de sua reputação. "Jogue isso fora", ela me disse, "isso é coisa do demônio,  é de falar com os mortos".
Essa atitude só me fez ter mais curiosidade de ler os livros, em vez de me dar algum receio, fiquei querendo saber realmente do que se tratava.
A leitura foi apaixonante, comecei e não conseguia mais parar, muita das minhas perguntas sendo respondidas naquela leitura.
Desta época comecei a ir em algumas reuniões espíritas,  participar de palestras e receber a vibração espiritual.

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